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Um brinde à vida que temos 3x2q6s

15/09/2023 09h01 | Atualizada em 15/09/2023 09h01 | Por: Robson Sombrio

A gente, com celular na mão, está ficando mais preguiçoso. Não desgrudamos sequer um minuto. Eu sei que, para trabalhar, é uma ótima ferramenta, ou para falar com o filho que está a mil quilômetros de distância. Ajuda e ajuda em muita coisa. Tudo mudou e tudo está ficando mais rápido. E pra melhor? Não sei. Sou de um tempo em que as câmeras não eram digitais. Lembro que a gente comprava filme (que período pré-histórico!). Como era legal comprar um filme de 36 poses. Tinha de 12, 24 e 36 poses. Então, a gente teria que bater trinta e seis fotos para depois revelar e ver todas. Sem desperdícios, iríamos revelar. Nossa, que expectativa para perceber que ficou um arraso. Agora, o mundo mudou. Tudo ficou mais rápido, fácil, dinâmico e moderno – fugaz, talvez.  6913q

Hoje, temos celulares que fotografam imediatamente, postamos fotos cheias de filtros e com efeitos em redes sociais. Tudo muito luxuoso. Assim, não percebemos o quanto mudamos também. Tudo era mais lento. Ou seja, a vida adquiriu esse molejo também. E amos a viver a vida assim. O que quero dizer é que nada é pra já. Nem tudo tem que ser agora. Não se afobe. Temos tanta pressa, eu sei. Queremos ser curados das nossas incompletudes, curados das nossas precariedades. Coisa estranha, não? Parece que nada nos completa. Quando algumas coisas não dão certo, ficamos indignados com a vida. Queremos rapidez, design. Como se tudo fosse descartável, substituível. Os tempos mudaram, mas por dentro andamos precários... Será?

Estou tentando ter uma linha de raciocínio para poder escrever esse texto. No celular, chegam as mensagens a cada segundo, preciso esquecer e vou deixá-lo longe de mim. Voltando ao assunto, vivemos afobados e carentes de repostas. Nem tudo é feito máquina digital. Esquecemos que, lá no fundo, precisamos de tempo. Pensei outra coisa, me veio outro pensamento: as expressões “não gostei” e “vou deletar” não existiam em outras épocas. Os sentimentos vêm aos poucos e, aos poucos, vamos nos modelando, transformando e revelando. A vida e os sentimentos trazem muitas surpresas indesejadas, mas há muita coisa boa também, que aparece no instante exato. Esse texto serve apenas como uma boa reflexão. Por fim, eu desejo que a vida seja leve. Que a gente encontre motivos para viver mais, que formule as combinações neurais e encontre rotinas menos desgastantes e mais amor consigo mesmo, com o outro. Vamos andar mais de bicicleta, jogar mais futebol, cultivar um jardim, ler mais livros, mais jornais, quem sabe dançar. Tanta coisa é possível fazer longe de uma tela. Que a gente consiga se divertir mais com o mundo, com a gente mesmo. Um brinde à vida que temos...
 

 

A vida ensina que existe tempo para tudo 5i6z2j

10/08/2023 09h30 | Atualizada em 10/08/2023 08h56 | Por: Robson Sombrio

Nem sempre é fácil falar das nossas dificuldades, problemas e pensamentos íntimos. A introspecção é um fator essencial para o autoconhecimento. Vivemos a maior parte do tempo ocupado pelas demandas externas. E, se não fizermos o exercício diário de nos conectarmos com a nossa vida interior, nos distanciaremos cada vez mais de nós mesmos, daquilo que precisamos para sermos felizes. 

Escrever, por exemplo, pode ser um caminho para se conhecer melhor. É uma forma de exercitar o estado de presença, acalmar a agitação mental e organizar as ideias... Alguns pensamentos que me vieram em mente: por que não tentou? Por que deixou que o medo ser maior que sua vocação pela felicidade? Quantas oportunidades deixamos ar. A vida ensina que existe tempo para tudo e que algumas folhas irão se soltar durante a vida, modificando o vigor da espécie. A vida ensina que os mais fortes se adaptam. Ensina que alguns ganhos são desnecessários, ainda que não haja esse entendimento no momento. Enquanto estivermos jovens, enquanto estivermos com saúde, teremos sorte. O tempo traz a poda e algumas feridas não se curam.

Você terá que se ajustar de alguma forma a uma vida completamente nova. Já perdi amigos, sofri decepções, descobri que ninguém é perfeito. Acredito que todos temos uma vida feliz, vivemos de cabeça em cada projeto novo, confiamos nas pessoas demais, mas a gente se frustra na mesma proporção. Não temos certeza e a dúvida está com a gente, quase sempre. Somos podados pela vida. Nem tudo dá certo, ainda bem. Com o ar da vida, a gente descobre novos caminhos, nascem novas folhas e a gente se equilibra nas nossas estruturas. Eu sei, a gente vai continuar sofrendo, mas também sendo feliz. Todos temos nosso lado saudável, que sempre deve ser lembrado. E, a cada dia, somos pessoas melhores, nos tornamos melhores com o tempo, extraindo as coisas ruins e mantendo as coisas boas. O tempo molda as pessoas e ficamos melhores. Eu entendo, nem todo mundo aprende, não importa quantos tombos leve. Quantas vezes deixamos oportunidades arem, amores atravessarem a porta de saída, sonhos sendo equivocados, só porque fomos incapazes de dominar nosso medo.

A vida é curta e o roteiro desse livro só depende de você. É assim que a gente se mantém vivo. Decidindo melhor a cada dia, se permitindo chorar, mas também sorrir. A gente tem que se autorizar a ter raiva, amor, a errar, a acertar. O que quero dizer é que o luto é necessário e faz a gente amadurecer. Depois do luto, produziremos mais folhagens e só assim buscaremos novas alternativas. É preciso ter coragem e humildade. Somos frágeis, cada um à sua maneira. Somos fortes, cada um da sua maneira.
 

O que a gente escolhe 6s6j

08/07/2023 09h09 | Atualizada em 08/07/2023 09h10 | Por: Robson Sombrio

Gosto da noite, do céu escuro, da lua, da harmonia que toma conta de mim quando escrevo. É quando as luzes da casa se apagam e a inquietude toma conta de mim. Deve ser por isso que não durmo bem. A noite me chama, me convoca a pensar, faz revelações surpreendentes e aguça minha intuição. A insônia é minha companheira. Deitado na cama, escrevo textos inteiros, olhando para o quarto escuro. É que a gente pensa que tem e está no controle de tudo, mas, na verdade, a gente não tem controle de nada. Sem nenhum aviso, uma tempestade invade. Assim, quando o tempo muda (chega uma frente fria), nós também podemos mudar em questões de segundos. Somos cheios de contrastes, de pensamentos e de sentimentos que, na maioria das vezes, são inquietos.

Tenho ouvido M 22, incessantemente, cantando: “Um minuto para o fim do mundo, toda a sua vida em sessenta segundos, uma volta no ponteiro do relógio pra viver. O tempo corre contra mim, sempre foi assim, sempre vai ser”. Nada nos prepara para o que virá. O que não é benção, é lição. Talvez, a vida esteja só desafiando a confiar. Deus é especialista em reviravoltas e, num piscar de olhos, tudo pode mudar. Algumas vezes, você vai sentir que pegou ônibus errado, que está afastado do destino, distanciando cada vez mais do caminho que planejou, sendo conduzido ao lado contrário ao que você pretendia. Às vezes, a gente não enxerga que embarcou no melhor ônibus – muito melhor do que aquele que você queria. E existem paisagem bem mais bonitas nesse caminho. 

Há acontecimentos que a gente escolhe e acontecimentos que escolhem a gente. Há histórias que batalhamos serem contadas e histórias que somos protagonistas. Temos a tendência de acreditar que estamos no controle, dominando nossos rumos, determinando com precisão o que acontecerá no dia seguinte, na próxima semana, no próximo mês, no ano que vem. Mas a vida é aprendizagem e, se pudéssemos controlar, que aprendizado teríamos? Eu sei, nem sempre a vida pega leve. Algumas ocasiões nos devoram sem pedir licença, sem muita cerimônia. Não há avisos. A vida nos pega de surpresa e, quando damos conta, percebemos que não adianta muito querer controlar ou escolher, a vida tem seu próprio roteiro. E basta estar vivo para acontecer as coisas boas e outras não tão legais assim. 

É bom lembrar que coisas boas acontecem todos os dias e a gente, no fim das contas, não precisa dar tantas explicações, porque as pessoas entendem o que querem e o que lhes convém. Eu sei, tem muita gente que faz o bem e que não está aqui para prejudicar ninguém. A gente só quer seguir o caminho em paz. Não deveríamos dar tantas explicações, mas damos. Não precisaríamos nos incomodar tanto com o que dizem e pensam a nosso respeito, mas nos incomodamos. Nos últimos tempos, tenho aprendido uma coisa: afastar-se de algumas pessoas é autocuidado. 
 

Nossos heróis 4d1535

08/06/2023 08h00 | Atualizada em 07/06/2023 18h38 | Por: Robson Sombrio

Quem são nossos heróis? Dificilmente, começo um texto pelo título. É sempre a última coisa, mas hoje foi diferente. Eu acho que esse texto vai ser. Todos somos diferentes. Eu tenho iração pelo Guga (Gustavo Kuerten), um catarinense que me representa. Somos fãs do Ayrton Senna, baita ser humano, são como heróis para nós. Realmente, são pessoas reais e diferentes. Porém, temos os heróis do dia e dia e é sobre eles que vou escrever. Herói é aquela mãe que cuida do filho autista, é aquela mãe que perdeu o filho, e a esposa que perdeu marido e ainda dá conta da casa. Herói é aquele pai que sustenta e se preocupa com a família. Herói é o médico e a enfermeira que estão lá de madrugada, trabalhando em prol do próximo. Herói é teu pai, tua mãe ou aquela tia (tio) que sempre se preocupou por você.

Vou abrir um parêntese: no primeiro jogo do Campeonato Brasileiro série B (Criciúma), crianças autistas entraram no campo com seus ídolos, lado a lado. Alguns autistas têm sensibilidade aos sons. E, é claro, foi pedido silêncio para a torcida até o início do jogo. A ideia era e foi proporcionar também a esses torcedores, os Autistas Carvoeiros, momentos lindos em sua memória e em seu coração. 

Posso te dizer que foi lindo. Tenho acompanhado pelos perfis da Tamara Gonçalves e Barbara Ricken no Instagram. Vejo a vida delas e eu iro (redes sociais têm coisas muito boas para a gente aprender). Como mencionei acima, gosto do Guga, mas iro essas duas, a rotina e a vida delas com seus filhos. É o amor em letras maiúsculas no dia a dia. Quero pedir desculpas a tantas outras mães que não citei no texto aqui, mas se sintam lembradas, por favor. Lembrei de um poeta muito bom, um escritor com um talento ímpar, o Chorão. “Na minha vida tudo acontece, mas quanto mais a gente rala, mais a gente cresce”. Vi no Instagram o Theo cantando Baitaca. Foi lindo, que menino de ouro! E vi que ele se encontrou com o artista. Que momento legal! A vida é isso. A vida é sempre boa. E o mínimo que a gente tem que fazer é aprender com essas pessoas. Há um único objetivo: nos ensinar, tal como a música do Chorão continua: “hoje estou feliz porque eu sonhei com você, e amanhã posso chorar por não poder te ver”. Theo e Augusto, o sorriso de vocês vale mais do que qualquer diamante.

E essas mães, quanto valem? Lembrei da Claudete, cuidando do Lucas. Quem são nossos heróis mesmos? A vida voa, num dia somos filhos e, em outros momentos, somos pais. De repente, tudo se funde e nos surpreende. Gosto de redes sociais, mas acho que estamos ali demais. Todo mundo posta sorrindo, belo e lindo pra foto. Mas a vida na real não é só essa. Por esse motivo que pego carro, coloco meu filho dentro e vou aos jogos do Criciúma (não é apenas um jogo de futebol, é entretenimento). São, no mínimo, 3 horas sem que ficamos no celular. Por fim, são crianças eficientes que entraram em campo. De novo: parabéns, Tamaras! Parabéns, Bárbaras e Claudetes da vida. Parabéns a todas as mães! 

Numa dessas conversas simples 3l1qd

11/05/2023 09h29 | Atualizada em 11/05/2023 09h35 | Por: Robson Sombrio

Eu sou apaixonado pela escrita, por aquilo que escrevo. Uma conversa me inspira a escrever, músicas também. Gosto de quem gosta de filosofar. Numas conversas dessas, alguém diz: “é preciso não perder o encanto pelas coisas mais simples. Sabe, Robson, tento não dificultar a vida, penso sempre positivo. Já fiz terapia e me ajudou, mas eu me ajudei bem mais”.

Nem todos nós pensamos dessa forma. Acho legal quem simplifica a vida, as coisas. Fico imaginando, e se eu perguntasse mais? Acho que diria que gosta de todas as estações do ano. A conversa fluía. A vida com seus significados e as coisas simples são as que mais importam. Todos os dias começamos com infinitas possibilidades, mesmo que a gente não enxergue claramente. Todos os dias, novas possibilidades.

Posso lhe dar um conselho? Aprenda a ouvir mais. E faça suas escolhas alheia ao barulho do mundo, pois, quando silenciamos a cabeça, podemos ouvir coração. A vida pode ter infinitos desfechos, mas lamentar a vida escolhida e ficar sonhando ou se iludindo com a vida não ajuda em nada. Você está onde deveria estar. A única coisa que é possível fazer nesse momento é tentar transformar o dia que virá. A questão é: há motivos que a gente não entende, que nos conduzem a uma decisão, mas sempre é tempo de refletir, por mais que acreditemos que fizemos uma boa escolha. O que está em jogo com essa decisão? Algumas coisas acontecem porque tinham que acontecer. Não importa se você desejou o contrário.

Há desfechos que não dependem da nossa vontade e, por mais que pensemos controlá-los, não controlamos. De repente, a gente percebe que a felicidade se constrói assim. Não existe vida perfeita, mas momentos simples e concretos. Vivemos tempos diferentes, onde todo mundo posta, todo mundo só aparece sorrindo, todo mundo curte. Todo mundo tem a possibilidade de aparecer, sorrindo de preferência, mas logo a gente se dá conta que a gente não é todo mundo. E sentimos falta das coisas mais simples. Um abraço, demorado de preferência, um beijo, um sorriso. Gosto das redes sociais, mas nada substitui o encontro. De vez em quando, é bom submeter ao imprevisível. Aquilo que lhe pega de surpresa. Como esse texto, num dia comum. A vida é uma enorme cocha de retalhos. Com seus imprevistos, sustos, delícias, incertezas. Vá a uma livraria, lá cada livro na prateleira representa uma história. E você tem a possibilidade de ver qualquer ou todas as versões, ficções ou vida real. Alternativas de vidas possíveis. A leitura leva a mergulhar mais profundamente em si mesmo. Lembrando a refletir sobre lembranças, expectativas, obediência, desejos, decepções, decisões. Por fim, a vida de cada um pode ter infinitos desfechos.

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