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COLUNISTAS 5c5dz

A vida de cada pessoa 2z7318

02/08/2024 15h15 | Atualizada em 02/08/2024 15h17 | Por: Robson Sombrio

Um texto pede para ser escrito, mas nada tenho a escrever (se tudo já foi dito!). Vou mudar a fonte para ver se me animo. E, aí, as ideias aparecem. Algumas coisas na nossa vida acontecem porque tinham que acontecer, não importa se seu desejo era ao contrário ou lutou contra. Há coisas e desfechos que não dependem da nossa vontade e, por mais que pensamos que podemos controlá-los, não controlamos. Muitas vezes, a vida é mais forte que a gente. E, mesmo que você se culpe ou se arrependa por algo que aconteceu ou deixou de acontecer, talvez não dependesse de você aquilo ter ocorrido. O desfecho já estava escrito. Gosto de livros e filmes que refletem sobre a vida e as meras possibilidades. Faz-me pensar nessa enorme colcha de retalhos que é a vida. O caminho que a gente considera ser bem mais sucedido a seguir, na verdade, pode não ser. Sabe por quê? Nossa visão de sucesso pode vir de uma noção falsa e externa de conquista. Seja uma medalha olímpica, a companheira ideal, um bom salário... O sucesso não é algo que se possa medir e a vida não é uma corrida que se possa vencer. Quando acreditamos que fizemos uma boa escolha? Há motivos inconscientes que nos conduzem a uma decisão, mas é sempre bom refletir. O que está em jogo nessa decisão? Que tipo de sucesso almejamos? A vida de cada pessoa pode ter infinitos desfechos. Com imprevistos, sustos, delícias, incertezas e sincronicidades. Todos os dias começam com infinitas possibilidades, mesmo que a gente não veja claramente.  Todos os dias, temos possibilidade de recomeçar, mesmo que a gente não veja no momento. Assim, posso lhe dar um conselho: aprenda a se ouvir mais. E faça suas escolhas alheio ao barulho do mundo lá fora, pois só quando acalmamos a mente, podemos ouvir nossos sentimentos e nosso coração. Entre um corredor e outro da escola, barulho e silêncio. Olho para cada estudante e penso: a vida de cada um pode ter vários e muitos desfechos, mas não vamos lamentar a vida escolhida e ficar sonhando ou se iludindo (não ajuda em nada). Você está onde deveria estar e a única coisa que é possível fazer nesse momento é tentar transformar a vida que virá.  Eu sei que muitas vezes apenas seguimos o fluxo. A cultura do nosso tempo, a educação que recebemos, as mídias sociais e as músicas que consumimos. Muitas músicas ouvimos e pouco ouvimos de nós mesmos. Pouco escutamos a voz interior – pasmem – se fosse ouvida, talvez, escolhêssemos caminhos bem melhores para nós mesmos. De novo, faça suas escolhas alheio ao barulho lá fora... “Quando o destino te chama, você precisa ser forte”, You’ll be in my heart (você estará em meu coração).   685t62

Carta ao leitor 2c2257

28/05/2024 21h30 | Atualizada em 28/05/2024 21h30 | Por: Robson Sombrio

    Eu amo escrever. É um dos meus prazeres. Esse texto está me pedindo uma liberdade acima de mim. Eu sou ousado, corajoso, sou dono de mim. Ainda vacilo diante das palavras, sou dono de uma alma em construção. Eu me acovardo diante de temas que querem ser expostos, recuso e me mergulho diante do meu Ser, mas tenho amadurecido, enxergo este texto como um homem amadurecido. Com minhas palavras, eu sei que entro em portas e arrebento cadeados, eu abro e fecho portas, faço barulho e não “aceito” ser julgado, como também não julgo. Acredito que a melhor forma de se expressar é através da arte: música, texto, poesia, pintura e outras artes das quais não me recordo agora.

    A vida vai se resolver é vivendo, ousando, gozando, experimentando, desbravando. Eu sei, a leitura tem o atributo de acordar a gente que “está” adormecido. Trazer à tona emoções reprimidas, promover uma viagem para dentro e possibilitar aquilo que eu nem sabia que iria existir. Desejo que este texto possibilite o encontro que habita no seu Ser – que tem tanto a dizer e a ensinar. Escrever é dar vazão à liberdade. Sempre gostei da noite, do céu escuro, da lua, da harmonia da noite. E de quando as luzes de casa se apagam e a quietude domina a casa e também a nossa cidade. Deve ser por isso que não durmo bem. 

    A noite me chama, me convoca a pensar, faz revelações surpreendentes e aguça meus sentidos e minha intuição. A insônia é minha parceira constante. Escrevo texto inteiros deitado na cama, olhando para o quarto escuro. Nem sempre sou lua. Às vezes, sou sol. Tenho forças e vendavais dentro de mim. Eu preciso acolher meu sono, repousar meus medos, chorar e acolher meus vazios. Aos poucos, quanto mais eu desejava me esconder, me acolher, havia um furacão aqui dentro; hoje, eles crescem e ganham força dentro de mim. Hoje, eu sei, há dias de serenidade e de inquietação. Dias leves e dias de vulcão. 

    Escrevo este texto para todas as pessoas que são sol e também lua. Você pensa que está no controle de tudo, mas um dia você acorda e, sem nenhum aviso prévio, uma tempestade invade. Assim como o tempo muda – de manhã faz frio e à tarde calor –, nós também podemos mudar em questão de segundos. Somos contraditórios e cheios de contrastes. Na maioria das vezes, inquietos. Permita-se transbordar, permita-se chorar, permita-se recomeçar. Por fim, a vida é... gozar e viver.  
 

Além do like: influência e identidade nas redes sociais 5u3u5m

30/04/2024 09h00 | Atualizada em 29/04/2024 20h14 | Por: Robson Sombrio

Gosto do Instagram e de outras redes sociais. Através de posts e stories, me inspiro a escrever, me distraio momentaneamente de minha vida. Tenho postado frases e pequenos textos e o pessoal curte. Outro dia, fiz essa reflexão: “Qual o pior sentimento?”. Pra mim, é o de não ter sido verdadeiro comigo. Sentimento de não falei que gostava, eu não fui claro. Pode dar certo, pode dar errado, mas eu estava lá. Eu fui honesto com o que eu queria, eu fui verdadeiro comigo – com o que era maior em mim. Então, nada mais verdadeiro do que ser honesto com as nossas emoções. Dentro disso, a gente acerta, erra. Você sabe que vai ter que aprender a se perdoar e perdoar os outros. Seja sincero com você. Eu tenho certeza do que eu sou, do que sinto e a claridade de minhas emoções. 

É preciso entender que a vida não é aquilo que é postado nos stories, e sim o que fica fora do alcance das câmeras, nas entrelinhas, nas declarações feita olhos nos olhos. A gente não pode tirar a oportunidade da outra pessoa amadurecer. Às vezes, podemos falar coisas do nosso ponto de vista. Portanto, a pessoa vai ter que ar por isso. Pra entender e amadurecer, seja dolorido ou não. Vai ter que ralar os joelhos para ver a dor de ralar o joelho. De novo, às vezes, a gente não pode salvar a pessoa sempre. A pessoa vai ter que ar por essa experiência mesmo. Porém, ninguém quer consumir dor. Já temos problemas, aflições e dificuldades o bastante para lidar no dia a dia e, quando vamos para as redes sociais, na maioria das vezes, queremos consumir beleza e realização. Mas é preciso entender que ali estamos diante de uma vida editada. 

Agora é de madrugada e, mais uma vez, não consigo dormir. Desço as escadas, saio pela rua, olho as estrelas, lembro de certas coisas que eu fiz de errado. E minhas reflexões incomodam. Desejo que você esteja bem, muito além das edições, filtros e stories. Que você não force a barra dos seus piores dias e entenda que tudo se finda e se renova o tempo todo e, no fundo, a gente pode estar sempre recomeçando. Que o melhor da vida o alcance e encontre-o em boa sintonia, aberto às novas possibilidades. Que você aprenda a lidar com seus momentos de solitude e introspecção e saiba se pegar no colo quando choro quiser vir à tona. Desejo que você consiga ser tolerante com suas limitações, entendendo que, mais cedo ou mais tarde, a cura chegará, quando você menos esperar. 

Por fim, é preciso ficar off, para que os pensamentos da gente encontrem repouso e equilíbrio, desaparecer também é um ato de paz. É claro que tem momentos que a gente cansa de tudo isso. Somos consumidos por uma estafa mental e ficamos saturados e entediados desse mundo virtual que, ao mesmo tempo, é ilusório e real. São novos tempos para quem conheceu o outro mundo (antes da internet), nem tudo melhorou, nem tudo piorou. Temos que saber extrair o melhor daquilo que temos. As redes sociais são um relacionamento sério que temos e devemos aprender a tirar de letra. 

Felicidade e tristeza 3v225s

22/03/2024 08h11 | Atualizada em 22/03/2024 08h12 | Por: Robson Sombrio

    Estou feliz, porque estou feliz. Precisamos de motivo para estar feliz? Tem gente que tem a felicidade lá dentro do peito, tem gente que consegue rir de tudo aquilo que sai fora do planejado. Entretanto, conheço gente braba com a vida, gente de mau humor ao abrir os olhos. Eu prefiro as pessoas da primeira opção. Feliz por feliz. A verdade é que agora eu estou tão felizzzz. A verdade é que eu não acordei triste e isso já está valendo, pois agora já e segunda-feira de manhã e, quando está tudo triste, também está tudo normal. 

    É difícil aceitar o sentimento. Porque ficar triste é comum, é um sentimento tão legítimo quanto a alegria, os dois são um registro da nossa sensibilidade. Antes de começar esse texto, não sabia que escrever iria dar nisso, nesse processo contínuo de autoconhecimento. Para ser feliz, bastava ter saúde, mas o que a gente vê é exatamente o contrário. Porque saúde, muitos de nós temos, exceto os que estão hospitalizados e com dor.

    Eu não sei o que a vida abriga, nessas noites frias de inverno. Alguém já dizia que pega mal sofrer. Pois é, o melhor é sair para balada (na minha idade, sair com filhos para jantar). Muitos cantam as alegrias, outros cantam a tristeza. Claro que é melhor ser alegre e feliz do que ser triste, mas o melhor é não se privar de qualquer sentimento que for. O que percebo é que a gente não se permite estar a alguns degraus abaixo da euforia. 

    Cabe lembrar que a depressão é coisa séria, contínua e que precisa de tratamento. Permitir-se estar triste já um baita processo da felicidade. É descobrir que somos humanos e que somos frágeis. Somos frágeis em um dia qualquer, sem uma razão aparente. E as razões têm as manias de serem discretas. Tristeza não pode ser considerada anomalia. Eu escrevo esse texto e ainda tolero e respeito a minha tristeza. Tem dias que não estamos felizes e está tudo certo. Nem por isso devemos buscar soluções ou as alegrias nos remédios (ou nas drogas ilícitas), nem aceitar convites para festas em que nada temos a comemorar. Assim, que me deixem nessa mistura de felicidade com tristeza. É que ficar quieto é armazenamento de força e sabedoria. Daqui a pouco eu volto, daqui a pouco já é terça-feira. 
 

Jeito de ser 70gc

16/02/2024 10h05 | Atualizada em 16/02/2024 10h05 | Por: Robson Sombrio

Eu escrevo e me arrisco a escrever. E vou. A vida é curta e acreditar me mantém vivo, apesar dos ombros pesados, joelhos machucados, pés calejados. Porém, se acreditarmos em tudo o que nos contam por aí, a gente não vive. Quem já sofreu muito com comentários maldosos foi o tão sábio Chico Xavier. Ele seguiu sua vida, acreditando muito em seus princípios (essa foi uma das lições que nos deixou). Tudo o que nos faz feliz ou infeliz serve para montar nossa personalidade, uma personalidade com duzentas mil peças. Lembra daquela noite em que você não conseguia parar de chorar, lembra quando você ofendeu, lembra da demissão injusta? Lembra do comentário injusto que fizeram a seu respeito? Do acidente que deixou cicatrizes? Tudo isso vai formando quem você é.

Não existe nenhuma peça que não se encaixe. Todas são aproveitáveis. Tudo aquilo que você faz, tudo aquilo que você não fez, volta. Como são muitas, você pode esquecer algumas. E a vida vai trazer aquilo que você fez. Somente aquilo que você fez. Nada mais. O que você fez? Quando você menos espera, tudo volta. Lembra do comentário sobre aquela pessoa? Lembra do comentário que você nem sabia que era verdade e, mesmo assim, comentou? Se fosse o inverso, você gostaria? Eu posso julgar você do jeito que eu quiser, pode ser? Eu sei, é necessário que eu escute você para completar o quebra-cabeça. Não tem outro jeito. Não quero escrever isso, mas tenho que escrever (existe muita gente mal intencionada). 

Existe uma coisa necessária pra ser ensinada e que, talvez, esteja cada vez mais raro: a inteligência no comportamento, ou a elegância, melhor escrevendo. Isso é um dom que vai muito além do ser educado no trânsito e que vai muito além de dizer um simples obrigado. É a elegância que nos acompanha e que se manifesta nas situações mais prosaicas, quando não há festa e nem precisa postar no Instagram. É possível detectar nas pessoas que elogiam mais do que criticam. Nas pessoas que escutam mais do que falam. E, quando falam, am longe da fofoca, das pequenas maldades ampliadas boca a boca. É elegante dizer “bom dia”. É elegante não ser folgado demais. É elegante não mudar o “jeito de ser” apenas para se adaptar ao outro. É elegante retribuir carinho e solidariedade. 

Não existem palavras que ensinem a ter uma percepção elegante do mundo. Começo a pensar que ser elegante é uma habilidade, ou melhor, é um dom que abrange bem mais do que imaginamos. Quem é elegante? Pessoas que evitam assuntos constrangedores. Pessoas que ouvem mais e falam menos. Tudo é um aprendizado. Nariz empinado não substitui a elegância do gesto. A saída é desenvolver em si mesmo a arte de conviver. Independentemente de status social, a sinceridade é ainda mais elegante do que a arrogância. Eu penso que, pra viver, o que menos se precisa é de frescura. Eu estou achando que a educação (ou a elegância) está enferrujando por falta de uso.
 

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